domingo, 23 de janeiro de 2011


Não pense que sabe quem eu sou,
Só porque sabe que tipo de roupa eu uso,
Que tipo de som eu ouço,
Nem ao menos porque escrevo agora.

Não tente me impedir de crescer,
Porque você não sabe aonde eu quero chegar,
Tudo que você vê é muito pouco,
Eu sou bem mais do que você consegue enxergar.

Não perca seu tempo com perguntas,
Não sou nenhuma resposta,
Não me chame de amor,
Porque na verdade baby você nem sabe quem eu sou.

Tudo que você tem em suas mãos,
São opiniões formadas em imaginações,
Tudo que você em mim não é o que sou,
Mas o que você quer acreditar que sim,
Você passou dos limites dessa vez,
E quando você se der conta eu nem estarei mais aqui.

Não use suas palavras para me definir,
O que eu sou não esta no seu vocabulário,
Não tente parecer meu intimo,
Porque você sabe quem não é.

Aliás, se for pra pensar em mim,
Ou sobre mim,
Pense apenas que eu sou aquela,
Que não te quer pra mim.

Que pena justo o que você sabe,
Você não aceita

Não Ouse Olhar.


Eu não sei quanto a vocês, mas eu me incomodo e muito com pessoas me olhando. Sabe aquela sensação de que elas estão apenas esperando um deslize para apontar o dedo em sua cara e fazer com que você se sinta a pior pessoa do mundo? Então, eu sempre sinto isso. É como se o mundo inteiro acompanhasse meus passos não pra me ver vencer na vida, mas pra me ver cair e pisar um pouco em mim. Mesmo que sem perceber sabe. Eu odeio pessoas me olhando. Isso traz em mim a porcaria da insegurança, quer dizer eu sei exatamente o que fazer, mas esses olhares são como um tic-tac de uma bomba relógio me apressando e eu não consigo vencer a pressão que se instala dentro de mim.
Mas vá a merda todo mundo, tirem toda essa pressão externa porque a interna já me faz agir devagar, virem seus olhos pra dentro de vocês mesmo e observem a própria vida, me deixem em paz olhares inquietos.

Já é difícil olhar pra dentro de mim sozinha, imagina com todos esses intrusos olhando junto. Então, não olhe pra mim, nunca.

Quando criança a gente vive imitando adultos nas brincadeiras, fazemos comidinhas pras bonecas, a barbie namora o ken, e a gente vira professor, médico e atleta. Quando pequenos o mundo adulto é uma espécie de sonho, a gente vê nossos pais vivendo a rotina e sem saber o quanto ela é cansativa e estressante a gente imita elas nas brincadeiras. A gente só vê o lado bom das coisas.
Mas a verdade é que quando a gente cresce tudo muda, quer dizer, a gente até acha legal dirigir, ter o próprio salário, fazer faculdade, ir às compras, namorar, casar, ter filhos, mas a gente percebe que além das coisas boas vêm as responsabilidades e percebe pra conseguir estabilidade nessa vida de gente grande às vezes é necessário ter sempre por perto um remédio, porque da dor de cabeça.
O problema maior é manter o equilíbrio, se você continuar com a cabeça de criança vivendo a vida de um adulto, as coisas podem sair do seu controle, você pode se deixar afogar por conta das responsabilidades cuidadas de qualquer maneira. Mas se você for adulto o tempo todo e só pensar nas responsabilidades, você perde a diversão da vida, porque nem tudo é pra ser levado tão a sério assim.
Esse jogo de cintura entre a criança e o adulto que existe em cada um de nós não é difícil de ser encontrado, mas é complicado colocar em pratica, afinal nossos dias tem apenas 24 horas e nossos deveres ocupam a maior parte delas.
Vira e mexe eu me pego observando crianças brincando na rua enquanto eu estou parada na fila de um banco resolvendo alguns problemas, torcendo pra dar hora de almoçar e pensando em tudo que me espera quando eu voltar ao serviço, as ligações que tenho que fazer, os e-mails que tenho pra responder, e os planos de final de semana? Planos? Todos de ultima hora de uns dias pra cá, e quando saio pra ver os amigos lembro das questões pessoas pendentes, coisas do coração, amizades, saber do outro, contar de mim, dar risada e ser ombro quando precisar.
É tanta coisa e eu sou só uma, são tantos compromissos e o dia é curto, são tantas responsabilidades e eu sou criança, são tantas diversões e eu sou adulta.
O equilíbrio eu vou tentando encontrar, dia pós a dia. Manter a adulta e a criança viva e aproveitar cada segundo dessa vida, que é só uma.



Coloca uma máscara que oculte a tristeza,

Um sorriso que mostre certeza,

Disfarce que pare a ansiedade.

Coloca um olhar que esconda a verdade,

Coloca uma máscara que te dê cor,

Que te facilite o caminho.

Acalme o tremor.

Que se cole a ti e adoce um sorriso definitivo.

Outro eu vivo.

Pink // Fuking Perfect


Enquanto as músicas iam de Ryan Adams a Vampire Weekend ela continuava a pensar sobre sua vida, fazia isso todo começo de ano, cantarolava suas favoritas do último ano, pensava em tudo que havia feito e no que esperava pro ano que chegava. Não se engane, ela não fazia lista, não traçava objetivos, apenas pensava, e ela ia tão longe em seus pensamentos que se perdia e partia em busca de si novamente várias vezes.
Tinha tantas vontades dentro dela, muitas contraditórias e por isso pensava que nunca seria capaz de tornar nada real, tantos desejos separados por um longo abismo, e depois por outro e outro, algumas horas não tinha coragem de pular, tantas outras ficava cansada só de pensar no esforço que teria que fazer, seus lábios abriam um sorriso idiota enquanto pensava nisso tudo, como era boba, sozinha e quanto não se conhecia.
Percebam vocês o quanto ia longe em cada música, uma hora queria ficar um final de semana escrevendo um livro com uma máquina de escrever e uma vitrola rolando clássicos do Pink Floyd, queria apenas viver um amor, pra que na entrada do próximo ano ele pudesse estar ao seu lado naquela cama ouvindo as músicas que marcaram seu romance, desejou esquecer tanta coisa sem perder o apego e o sentido que tudo que viveu tinha trazido para sua vida, depois desistia, queria os amigos mais pra perto, muita bebida e festa, outra hora estava em Nova York cantando em um barzinho, depois tinha fãs que aguardavam seu próximo sucesso ser lançado com contagem regressiva.
Percebeu? Era uma sonhadora e por isso sorria sozinha, e se perguntava se alguém podia ler seus pensamentos, torcia para que não, já bastava que ela soubesse o quanto era boba, ao menos era essa a ideia que ela tinha.
Eu prefiro acreditar que no fundo de cada bobagem, de ideias opostas existia apenas uma vontade a de fazer algo que ela realmente quer, e ter a certeza de que faz isso por ela e mais ninguém, é realmente difícil ouvir o que seu coração diz em meio aos barulhos da rotina, eu entendia o que se passava dentro daquela cabeça, eu só me perguntava o porque ela deixava essa multidão de pensamentos passar como cada música que escutava, ela devia buscar por tudo isso, pensar não muda nada, fica guardado, mudar suas ações por um pensamento isso sim muda alguma coisa.
Eu vejo ela se levantar, arrasta seu corpo pra fora da cama, suspira mais alto do que imagina, abre um sorriso tímido e preso dentro de um corpo com medo de se soltar, e por fim questiona a si mesma como se fosse outra pessoa, com um sussurro gritado:
- E então 2011, é esse o ano em que eu vou ter coragem de escrever minha própria história, ou mais uma vez vou embarcar na dos outros?

Respirei aliviada, ela ouviu tudo que eu disse enquanto pensava e cantarolava, e bem, eu não poderia estar mais feliz, acredito que dessa vez vou viver uma vida, minha vida.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Silêncio



É estranho como não se fala sobre nosso silêncio interior.
Temos um misto de vergonha e medo, porque ele é inexplicável e acreditamos que o outro não nos vai entender, pois, mesmo que também o tenha, não admitirá.
Mas, chega o momento em que se aceita o silêncio como o destino final da jornada vivida e, amparado pela coragem, se entra nele e vive o silêncio como se tudo vivido antes fosse um ensaio para o que se viveria agora.
O silêncio total, o vasto silêncio de quando nos deixamos reconhecer, só chega quando nada mais pode atrapalhá-lo e ele, introspectivo, não sente temor de se mostrar e se assumir como realmente é.
Ocorre o medo de ter o desabrochar, despertado pelo silêncio, interrompido por algum som desavisado que se propaga no mundo exterior, mas não repercute em nosso interior.
E então o silêncio chega, aquele silêncio que, nas horas de maior ardor, imaginamos como o amante proibido e que se revela como nosso algoz, pois não chega para a troca de confidências e sim para nos fazer calar, enquanto aperta sem piedade nossas feridas.
Mas, o dia raiará novamente e o silêncio irá dormir, e sua passagem pela noite será apenas uma lembrança a espiá-lo pela fresta de uma memória sentida, do tempo passado em comunicação aterrorizadora consigo mesmo. E, nesse momento, o silêncio será mais um fantasma dentre tantos na vida.

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

(Original de Victor Hugo adaptado por Vinícius de Morais)


Dinheiro é uma benção.
Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se
sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda,
buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e
um pouco de criatividade.

Mário Quintana

Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.

"Pensei que seria bom se também nós fôssemos como as plantas, que nossas ações fossem um puro transbordar de vitalidade, uma pura explosão de uma beleza que cresceu por dentro e não mais pode ser guardada.

Sem razões. Por puro prazer."