quarta-feira, 20 de julho de 2011

Charles Baudelaire

A MúsicaA música p'ra mim tem seduções de oceano!
Quantas vezes procuro navegar,
Sobre um dorso brumoso, a vela a todo o pano,
Minha pálida estrela a demandar!

O peito saliente, os pulmões distendidos
Como o rijo velame d'um navio,
Intento desvendar os reinos escondidos
Sob o manto da noite escuro e frio;

Sinto vibrar em mim todas as comoções
D'um navio que sulca o vasto mar;
Chuvas temporais, ciclones, convulsões

Conseguem a minh'alma acalentar.
— Mas quando reina a paz, quando a bonança impera,
Que desespero horrivel me exaspera!
"- Só faltou você desta vez - disse Stan alegre, ao telefone.
- Quem sabe em 2011? - pergunta Luísa, divagando sobre a última vez em que estiveram juntos naquele lugar, no ano anterior.
- 2011, 2012, 2013...
- Você é sempre assim tão encantador?
- ...
- Não, sei que não é - ela tenta abafar o riso, em vão."

Ouça

" - Stan, que dia você chega?
- Não sei ao certo, Luísa. Logo. Faz diferença saber o dia exato?
- Sim, faz. Sabendo o dia exato da sua chegada, posso ir me preparando para ser feliz."

“Tudo que parece meio bobo é sempre muito bonito, porque não tem complicação. Coisa simples é lindo. E existe muito pouco.”

(Caio Fernando Abreu)
"Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo."

(Caio F. Abreu)

"Conseguia manter o silêncio, mas temia que seu coração, batendo tão forte como estava, fizesse barulho demais".

(David Foenkinos in: A delicadeza. Ed. Rocco, p. 100)

"Por fim, veio a reflexão de que, afinal de contas, não se tem o direito de desesperar por não ver confirmadas as próprias expectativas; deve-se fazer uma revisão dessas expectativas."

(Freud in: A história do movimento psicanalítico. Volume XIV, p. 27, Ed. Imago)